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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Padang deve ser o novo presidente" do América FC

Paulinho Freire que é uma figura comum em se tratando de direção do América, confessou no Programa Esportes em Debate, que está cansado e que embora não passe pelo seu pensamento deixar de ajudar o clube, que aos poucos está se afastando da linha de frente alvirrubra por considerar o futebol um local onde o céu e o inferno estão muito próximos. O dirigente que acredita no sucesso do clube na luta pelo acesso, é da opinião de que a solução encontrada pela CBF para solucionar a questão criada dentro do grupo E com a eliminação do Rio Branco foi prejudicial a equipe potiguar, porém, não vê outra alternativa que não seja lutar pelas vitórias nos jogos que restam. Freire trata também da questão do estádio, dizendo que se dependesse dele os jogos do América estariam sendo realizados no Frasqueirão e reverenciou o ex-treinador Francisco Diá, a quem credita boa parte da responsabilidade pelo sucesso parcial americano, uma vez que ele teve a tarefa de montar o elenco indicando as características dos jogadores que pretendia para disputar a série C.

Júnior Santos
Paulinho Freire, conselheiro do América
Como vocês encaram essa situação criada na série C com a eliminação do Rio Branco?

A situação nos pegou de surpresa e
nos preocupa muito, nós íamos pegar uma equipe no desespero e o nosso time poderia tirar proveito disso. Mas agora é enfrentar o que vem pela frente, a melhor opção seria zerar tudo porquê da forma que ficou o CRB será o maior beneficiado. Mesmo sendo uma situação delicada, vamos cumprir a tabela, apesar de estarmos cientes que nada foi bom para o América.

Na sua visão a CBF errou ao dar continuidade a competição sub-judice?

Não tenha dúvida, a série C já é muito ruim por si só. O América passou dois meses sem jogar, está jogando em Goianinha, enfrentamos todas as adversidades e agora ocorre isso. Não é bom, se o campeonato durar mais aumenta a despesa, a situação é complicada. Pagamos R$ 17 mil só com hotel no Acre, desistimos da reserva e não vamos receber o valor completo. Será que vamos ser ressarcidos por alguém. Nosso clube hoje está numa situação que qualquer R$ 1 mil que se pague vai fazer falta lá na frente. Se a CBF tivesse tido mais cuidado seria melhor para os clubes, evitaria esse transtorno.

Prejudicado ou não o América tem de continuar sua luta para voltar a série B. A motivação ainda está em alta após esse golpe?

Não tenha duvida. O América teve uma fase muito complicada esse ano, lembro que no Estadual, quando já não tínhamos mais chance de título, me encontrei com Eduardo Rocha justamente para debater esse problema da série C, o América precisaria montar um time novo e teria de iniciar os trabalhos com bastante antecedência. A primeira fase de treinos deixou muito a desejar, mas quando o Campeonato começou a situação melhorou. É difícil jogar uma série C e temos de fazer de tudo para voltar a série B este ano, pois quanto mais tempo demorarmos, mais as coisas vão se complicando.

CBF divulgou o calendário com mudanças, as séries C e D começam logo após aos estaduais e acabam em outubro. Isso foi um avanço?

Eu acho que foi. É muito ruim você passar dois meses sem competição. Ano passado o ABC levou a sorte de jogar a Copa do Nordeste e testou o time numa competição forte e ainda ganhou um dinheiro. Sem hiato entre as competições as coisas melhoram para os clubes.

Apesar da luta dos clubes da região, o calendário nacional mais uma vez não contemplou o Campeonato do Nordeste. A competição morreu?

É, mas existe um compromisso da CBF com a Liga que ela irá apoiar a competição. Eduardo Rocha garantiu que a competição vai existir, com início previsto para janeiro, mas não em forma de campeonato e sim em formato de copa. Isso será muito bom para os clubes, principalmente para ABC e América que terão uma receita a mais de patrocinadores. Por sinal a Liga já possui empresas interessadas em patrocinar essa competição de 2012. Os estaduais são deficitários, não estimulam mais o torcedor a ir a campo a não ser nos clássicos. Eles estão pensando em fazer um torneio eliminatório para ser realizado em sete datas, no máximo.

O América conta com essa competição no calendário de 2012?

Nós estamos contando com o Campeonato do Nordeste, também fomos informados que está muito próximo de o América conseguir a participação na Copa do Brasil do ano que vem pelo ranking nacional. Tiburcio Batista é quem faz esse acompanhamento e nos disse que está muito perto disso acontecer. Tendo o Campeonato do Nordeste, Copa do Brasil e com América conquistando o acesso, nosso calendário estaria completo na próxima temporada e poderemos realizar um planejamento bem feito. Também acredito que o nosso Estadual será mais atrativo depois da contratação da empresa de Alan Oliveira para tomar conta da parte do marketing, vejo isso como um passo muito importante para profissionalização do nosso campeonato.

O América, que promete ter um calendário cheio em 2012, tem um grande problema: onde mandar seus jogos?

Existe a possibilidade do campo de Goianinha ser ampliado para receber até 12 mil pessoas. O prefeito disse que em o América conseguindo o acesso, ele não mediria esforços para realizar esse tipo de melhoria para que continuássemos mandando os nossos jogo lá. Mas não deixa de ser um problema, sério. Temos de começar a trabalhar de acordo com a nossa realidade, conquistando o acesso num dia, no outro teremos de estar reunidos para discutir justamente esse tema: onde mandar os jogos do clube. Teremos cinco meses para solucionar essa questão.

Jogar em Goianinha vai continuar exigindo o sacrifício da torcida, não tem outra saída?

É muito caro. O ingresso tem de ser caro, porque não pode ser outro preço pelo fato de ter o lado da necessidade de o clube arrecadar, tem o combustível, se o torcedor levar alguém e for comer por lá vai gastar mais ainda e devemos reconhecer que essa se tornou uma diversão muito cara. Infelizmente a gente não tem outra saída, essa questão rivalidade com o ABC e o clima gerado, criou uma situação difícil de se contornar. Não tem como o América jogar no Fraqueirão até pelo fato de haver uma rejeição muito forte dos torcedores do ABC quanto a isso, existe ainda a questão do próprio associado deles que ameaçam deixar de pagar as mensalidades caso a diretoria abra suas portas para o América. O mesmo existe do nosso lado. Eu sou contra isso, por mim nós jogávamos no Frasqueirão, onde seria bom para todo mundo. Mas não adianta ficar nessa discussão, chegando na série B vamos enfrentar esse problema de estádio que é muito sério mesmo.

Como anda a questão da construção da Arena do Dragão?

Esse é um projeto que está sendo tocado pelo doutor José Rocha junto com alguns conselheiros. A gente que trabalha direto com o futebol, já temos tantos problemas que estamos evitando nos meter nessa área. Estamos para lançar a pedra fundamental, mas por sua vez o Governo do Estado disse que vai construir o novo Juvenal Lamartine na Zona Norte, o projeto inicial previa para 12 mil torcedores, mas eu solicitei que fosse construído com capacidade para receber até 15 mil pessoas, que considero ideal as nossas necessidades. A licitação já está encaminhada, a localização é excelente e seria uma enorme opção para o América.

O Náutico anunciou em Recife que pretende fazer comodato com a Arena de Pernambuco, o América não pode fazer o mesmo com a Arena das Dunas?

Existe vários pensamentos dentro do América. Eu acredito que é saudável a construção do nosso estádio, mas não descarto essa possibilidade. Em tudo temos de olhar o custo-benefício da situação, a gente tem que ter cuidado quanto ao custo de manutenção de um estádio desse porte. Eu mesmo tomei conhecimento que o Botafogo já tentou desfazer o contrato com a Prefeitura do Rio para entregar o Engenhão, justamente devido a esse custo de manutenção do equipamento. Temos de ver se vale a pena ou não, são duas situações bem distintas entre o governo e o privado tomando conta de um estádio dessa magnitude. Essa arena será multiuso e lá só comportaria um clássico ABC x América ou jogos da Copa do Brasil ou das séries A e B. O que me agrada mesmo é esse estádio na Zona Norte.

Falando sobre política: já está definida a continuidade da administração de Hermano Morais no clube?

Seria muito bom, só que ele foi lançado candidato a prefeito pelo PMDB e não terá como conciliar essa condição com a presidência de um clube do porte de um América. Hermano não gosta de entrar nas coisas pela metade, ele gostaria de continuar, mas fica inviável.

Qual vai ser a solução então?

Tem que aparecer uma candidatura, preferencialmente de consenso. O América sempre tem isso, porém no final tudo acaba dando certo. O nome mais natural atualmente é o de Alex Padang, ele que no passado já havia demostrado essa intenção pode ser o novo presidente, vamos realizar um trabalho para ver se ele assume.

O futebol no clube vai continuar sendo administrado da mesma forma?

Por mim hoje eu fico doido para aparecer alguém que queira tomar conta do futebol. O esporte é uma coisa muito dinâmica e no futebol então o céu e o inferno estão muito próximos um do outro. Você ganha é o melhor do mundo, se perde já não presta, está prejudicando o clube e por ai vai. A gente nunca vai deixar de ajudar o América, mas confesso que estou me afastando ao poucos dessa linha de frente, particularmente defendo a criação de um conselho jovem no clube para que essa substituição de dirigentes possa ocorrer de forma natural. Mas dentro daquilo que podemos planejar, fizemos contratos com jogadores mais jovens até o final do próximo ano, caso de Fabinho, que veio do Alecrim, do goleiro Dida, do atacante Pingo, de Norberto, Zé Antônio, Richardson. Então dentro daquilo que pudemos vislumbrar estamos tentando formar uma base, para que no futuro não precisemos mais de tantos jogadores de aluguel. Isso sai muito caro para o clube.

O América tem na sua visão um plantel para subir para série B este ano?

Dentro da possibilidade e condições financeiras que tínhamos, acredito que conseguimos montar um bom grupo sim. Temos carências em algumas posições, mas dentro dos problemas financeiros que tivemos não temos muito do que reclamar. O time poderia ser melhor, mas a falta de recursos nos limitou e acho que nosso grupo pode ser colocado de razoável para bom, tanto que estamos na luta pelo acesso. Lembro que antes do Brasileiro começar havia gente apostando que não passaríamos da primeira fase e que seríamos rebaixados para série D. Mas estes eram os mais pessimistas e acredito que aquela vitória diante do Fortaleza, no Ceará, foi determinante para animar nosso elenco.

Ricardo Bezerra deu entrevista essa semana enaltecendo o América, dizendo que ele era o melhor time do grupo. Você concorda?

Pelos jogos que eu vi está tudo muito igual. O jogo contra o Rio Branco estava muito igual, a ponto de no segundo tempo a gente chegar a temer o empate, uma vez que vencíamos por 1 a 0. Os dois últimos gols surgiram no final da partida. Contra o CRB também fizemos um jogo muito duro, o mesmo ocorreu contra o Paysandu. Há um equilíbrio forte no grupo e as equipes se equivalem, não tem ninguém melhor que o outro.

Como vocês analisam o trabalho realizado por Diá, passando algum tempo. Houve uma cisão entre o técnico e o grupo?

Eu acho que Francisco Diá prestou um grande serviço ao América na montagem do grupo, ele teve participação direta nisso e nos convenceu a contratar jogadores velozes, fortes e de muita pegada, que segundo ele é o estilo da série C. Diá foi corajoso na hora em que decidiu realizar amistosos de preparação com equipes já formadas, como o Santa Cruz, que na ocasião achei uma loucura, pois estávamos em processo de formação ainda. Ele não acreditava que sairia do cargo se não conseguisse resultados nessa fase de treinamentos. Mas todos nós sabemos que no futebol se vive de resultado, Diá desde o começo do trabalho já não era uma unanimidade e com aumento da pressão dos torcedores não tivemos mais como deixar ele no cargo. Mas Diá ajudou muito o América a chegar na situação atual, Flávio Araújo tem os méritos dele também, mas não podemos esquecer que a característica desse elenco foi trabalhada por Diá.






Fonte: Tribuna do Norte

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